quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Álcool e ironia



Buscando um novo rumo...

Um lugar distante, só meu. Não há ninguém por perto. Uma casa, e eu sei que é pra mim, sei que ela está lá pra mim. Eu entro, e as paredes são verdes. As janelas de madeira estão pintadas de roxo. Tem uma cama dentro do quarto, baixa, de aço, daquelas de hospital em filme da Segunda Guerra Mundial. Num armário velho e tombado em um canto, uma vitrola. E alguns discos. Escuto a voz de Billie Holiday arranhar o silêncio. E vejo que, embaixo da janela, há um baú. Velho, as arestas cor de cobre desacascadas. No baú, um diário. Um diário que conta toda a minha vida, em detalhes. Todos os erros, os acertos, tudo aquilo em que eu procurei não pensar está ali, escrito e registrado. Meus amores, minhas dores, minhas mentiras. Momentos em que eu não me orgulho de mim. Leio, paro, rôo as unhas. Tento dormir. Pego o diário de novo. Saio para dar uma volta. Volto a ler. Começo a rir, descontroladamente. Pulo capítulos. Largo novamente a leitura. Respiro fundo. Leio os capítulos que pulei. Sorrio involuntariamente em certas passagens. Dou socos na parede de ódio de outras. Mas continuo lendo. Sinto medo, vergonha, orgulho, alegria e a mais profunda tristeza enquanto mudo as páginas. Mas não posso mais parar de ler. Leio a descrição desse mesmo quarto, e do mesmo baú. Viro a página, e está tudo em branco. Aí penso.

Cada folha é originalmente branca. Cada folha originalmente, não contém uma história. Cada história não é feita de folhas, mas sim de palavras. Cada vida não é feita de dias, mas sim de escolhas. O problema é quando a gente tenta escrever por cima do que já passou. Ou quando a gente espera demais, e quando vê, o livro acabou. E a gente não escreveu nada.

Cada minuto, cada página é uma nova chance. A chance de uma vida.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

There's a poem that she wrote and hid under the mattress,
And if you find it please leave it alone.
With a picture she took of a girl on the subway,
With orange barrettes and the saddest face she's ever known.
As Rachael starts to wonder was it hers to begin with,
Or was the memory from someone else's sleep?'
Cause there's a hole in her heart that still harbors a question,
Whose answer just might break it so she's hanging on.
At least it's her to keep.
So I asked her...
"What if this does not belong to you,
And all these things you thought were true
Turned out to just be someone else's lies.
"Baby this does not belong to you,
This does not belong to you,
This does not belong to you.
There's a fleck in her eye that no one ever noticed,
A pretty birthmark for such a beautiful face.
All the men from her past seem to have left her abandoned,
I guess there's some things that you can never erase.
I've seen her play with her hair in a moment of tension,
I've seen her with her guard down ready to cry.
But there's a whole in her heart that still harbors the question,
Whose answer just might break it, still she's hanging on,'cause no one wants to die.
Then she asked me...
"What if this does not belong to you,
And all the things you thought were true
Turned out to just be someone else's lies?"
Baby this does not belong to you,
This does not belong to you,
This does not belong to you."
What if this does not belong to you,
And all the things you thought were true
Turned out to just be someone else's lies?"
'Cause baby this does not belong to you,
This does not belong to you,
This does not belong to you.
(Rachael - She Wants Revenge)

Sou eu.


quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

"And now we all know the words were true"


Não quero falar sobre o que já foi. Nem fazer um balanço sobre tudo o que aconteceu. Foi ruim, e foi bom. Mais bom do que ruim, no geral. E não quero fazer longas digressões sobre como "não foi bem assim". Foi o que foi, e o que significou no momento, embora agora seja apenas uma lembrança.

Incomodou. Doeu. Mas passou.

Mas não desejo suavizar, não quero que seja "e quando acaba a gente pensa que ele nunca existiu". Não há o que dizer. Não há o que fazer. Não há mais nada pra sentir. Mas eu não quero amenizar o que foi, pra mim, avassalador. Pois só o ser humano possui essa capacidade de deturpar emoções e situações já vividas. E pode tirar algo disso, ou pode não tirar nada.

A maioria não tira nada.

Fica por aí dizendo que, no fim das contas, perdeu seu tempo com algo que não valia a pena. Não vou dizer que não valeu a pena.

Foi real pra mim. Mas acabou. E ponto.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

She said unpredictability is my responsability, baby


"Great Expectations"


Tatral. Megalomaníaca. Síndome de Peter Pan. Não acredito em amor à primeira vista. Não sou legal. Não tô dando mole. Não sei sentar usando saia. Não penteio o cabelo. Sou indecisa. Sonho acordada. Ainda escuto Spice Girls. Choro em filme. Adoro contos de fada. Torço sempre pelo malvado. Surto uma vez por semana. Acho minha mãe o máximo. Tenho mesmo celular há 4 anos. Não fico brava com ninguém por mais de 24 horas. Uso xadrez com estampa de bolinha. Só raciocino depois do meio dia. E olhe lá. Toco air guitar, air bass, air drums e air piano. Rôo unha. Romântica incorrígível. Falo com a televisão e com o computador. Sempre esqueço a luz acesa. Queria ser o Iggy Pop. Sou grossa. Falo muito palavrão. Escrevo mas raramente deixo alguém ler. Mudo radicalmente de corte de cabelo pelo menos 3 vezes ao ano. Amo sorvete de pistache. Queria ser o Chaplin. Sarcasmo é a minha razão de viver. Amo fazer piadinhas politicamente incorretas. Sou fera em Pac Man. Nunca tô de bom humor. Não pratico o tal do pensamento positivo. Odeio quem grita 'Urrrul'. Gosto de autenticidade. Crio situações impossíveis. E falo pelos cotovelos, como dá para perceber....




Estou em constante crise, em constante construção e constantemente inconstante....

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

She buys a new dress for the party, she always looks good in red, turns around, in front of a mirror, and disappears inside of her head...


Não faço resoluções de ano novo.


Nem simpatias


Não uso branco


E não acho que é um recomeço


Todo dia pode ser um recomeço, ou mais uma porta pro final.


É só uma questão de se decidir.


Ou não.


De qualquer maneira, estabelecer objetivos não é minha cara.


Eu mudo todo dia (ou será que todo dia me muda?)