sexta-feira, 3 de abril de 2009

A beleza do que existe


Já cansei de ser o pierrot.


E num abrir de braços, ao abraçar tudo aquilo que é meu mas não me pertence, quero sentir o sabor da escolha. De escolher ser viva. De aceitar que amo, sofro, sinto e não calo. E não calo. Não calo.


Um dia, você há de abrir os olhos, e ver tudo assim. As matizes de cinza, o vermelho berrante, a turquesa no azul. Não como deveria ser. Mas como é. A beleza do que existe. E perceber que as sombras fazem seu papel. Elas me escondem quando eu já não posso mais fugir de mim. Elas me oferecem abrigo. Mas não são as sombras que me fazem viva. Proteger-se é impedir-se de sentir. E eu cansei dos meus próprios obstáculos. Não vou ser escrava das minhas próprias sombras.


Quero na vida o que existe, da forma como vier. Não há porque esperar por conclusões, ou uma moral da história. Não há conclusões na vida. Apenas interpretações.


E é por isso que vale a pena.



Um comentário:

Vinicius disse...

Bonito.
Gostei da imagem de apresentação do blog. Terrível, quando analisada.

O que ficou estranho é essa cor de fundo na letra branca. Dificulta a leitura...

beijos!